Qual a importância das geotecnologias para o meio rural?

A exploração intensiva do solo tem causado perda da biodiversidade, redução da fertilidade do solo e intensificação dos processos erosivos. Essa característica está associada ao desenvolvimento econômico agrícola implantado no Brasil, que nas últimas décadas foi marcado pelo uso intensivo de recursos naturais sem o devido planejamento.

Porém, para que ocorra o desenvolvimento sustentável das sociedades é fundamental conciliar o uso dos recursos naturais com a preservação do meio ambiente pois as medidas para recuperar e/ou minimizar a degradação ambiental são onerosas e requerem grande atenção do poder público para serem aplicadas efetivamente.

No território brasileiro, as geotecnologias têm sido amplamente empregadas para esse monitoramento ambiental e controle de processos.

As geotecnologias surgiram como ferramentas que possibilitam a criação, manipulação, armazenamento, interpretação e análise de dados de forma a auxiliar o ser humano com informações essenciais para um desenvolvimento sustentável.

Na última década essas tecnologias evoluíram consideravelmente, atualmente existe várias tecnologias potencialmente aplicáveis, como o sensoriamento remoto, sistemas de informação geográfica, sistema de posicionamento global, entre outros.

Essas tecnologias são fundamentais para apoiar os avanços na identificação, qualificação, quantificação, monitoramento de áreas agrícolas e recursos naturais, possibilitando para o meio rural a geração mais eficaz, rápida e precisa de mapas e análises de informações geoespaciais. O acesso preciso e rápido à essas informações para a tomada de decisões é fator determinante para o sucesso de qualquer projeto.

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Profa Me. Walkiria Nascente Valle

Qual o conceito de agricultura de precisão?

A agricultura de precisão é uma estratégia de gestão que reúne, processa e analisa dados e os combina com outras informações para apoiar as decisões de gestão de acordo com a variabilidade estimada para melhorar a eficiência no uso de recursos, produtividade, qualidade, rentabilidade e sustentabilidade da produção agrícola.

A produção agrícola moderna depende do monitoramento do status das culturas, observando e medindo variáveis como condição do solo, saúde das plantas, efeito de fertilizantes e pesticidas, irrigação e rendimento das culturas.

O Brasil é hoje um gigante no cenário agrícola mundial, mas gerenciar todos esses fatores é um desafio considerável para os produtores agrícolas. Isso requer uma enorme quantidade de informações, mas independentemente da fonte de dados, o objetivo mais crucial da agricultura de precisão é dar suporte aos agricultores na gestão de seus negócios. Esse apoio vem de diversas formas, mas o resultado final é tipicamente uma diminuição dos recursos necessários.

O rápido aprimoramento do monitoramento preciso do crescimento agrícola e sua avaliação de saúde é importante para o uso sensato dos recursos agrícolas e também para o gerenciamento do rendimento das culturas.

Para ser viável, os benefícios econômicos e ambientais devem ser considerados, bem como as questões práticas de gerenciamento em nível de campo e as alianças necessárias para fornecer a infraestrutura para tecnologias.

Em última análise, podemos afirmar que o sucesso da agricultura de precisão depende muito de quão bem e com que rapidez o conhecimento necessário para orientar as novas tecnologias pode ser encontrado.

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Bioinsumo para os canaviais são desenvolvidos pela Embrapa e Corteva

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 572,8 milhões de toneladas produzidas na atual safra 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A cana-de-açúcar é uma parte importante da cultura no Brasil, utilizada na produção de alimentos e biocombustíveis, fornece mais de 15% do total de energia primária do país. Um requisito importante para essa alta produtividade é sua boa uniformidade nos canaviais, em média eles são renovados a cada cinco anos e esse é um parâmetro importante monitorado para indicar a qualidade do plantio.

Segundo a Embrapa através do seu banco de microorganismos, foram identificadas duas bactérias que podem aumentar a absorção de fósforo pelas plantas, com ganhos comprovados no cultivo da cana. Também segundo dados da pesquisa da Embrapa, o ganho de produtividade foi de 20%.

Myriam Maia Nobre, Subchefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Soroca, conta que o novo bioinsumo reduz a necessidade de aplicações de fertilizantes e tem um enorme potencial para oferecer soluções para aumentar a produtividade de diversas culturas, resultando em ganhos econômicos e com foco na sustentabilidade e na descarbonização da agricultura.

Essa tecnologia já vem sendo pesquisada há mais de 18 anos pela equipe da Embrapa e agora se junta aos amplos esforços de desenvolvimento em larga escala da cana-de-açúcar.

E embora o Brasil fique atrás da Europa e dos Estados Unidos na produção de bioinsumos e represente apenas 5% do mercado mundial, o seu atual ritmo de crescimento tende a levar o país a outro patamar nos próximos anos. Em 2030, estima-se que o setor alcance cerca de R$ 16,9 bilhões.