Está em fase de finalização um equipamento que vai auxiliar o produtor no monitoramento do bicudo do algodoeiro, considerada a principal praga da cultura. A inovação desenvolvida pela startup LiveFarm, em parceria com a Embrapa, realiza a contagem automática dos insetos em tempo real, otimizando tempo e recursos com o monitoramento, além de reduzir o números de pulverizações.
Em levantamento recente realizado com cerca de 60 cotonicultores do Cerrado verificou-se que o bicudo é a praga que exige o maior número de pulverizações, variando entre 18 e 22 aplicações por safra, nas últimas sete safras. Os prejuízos causados pela praga podem ultrapassar o valor de mil reais por hectare, o que equivale a cerca de 10% do custo total de produção.
A ferramenta consiste em um sensor que é acoplado às armadilhas convencionais de feromônio e envia os dados para um aplicativo, facilitando a tomada de decisão do produtor quanto ao manejo da praga.
“Ao passar o inseto, a inteligência artificial faz a identificação e envia as contagens para a nuvem. O sistema se diferencia pelo método de contagem e pelo fato de funcionar sem a necessidade de sinal telefônico ou de internet de satélite, sendo possível adaptar a qualquer ambiente”, afirma Carvalho.
Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão José Ednilson Miranda, que trabalhou no aperfeiçoamento da armadilha com sensoriamento remoto, o equipamento é uma tecnologia disruptiva, que se insere no novo cenário de agricultura digital em que as fazendas se modernizaram e utilizam cada vez mais ferramentas de inteligência artificial para condução das lavouras.
“O algodão é produzido em áreas muito extensas e a tecnologia dispensa a necessidade de ficar fazendo visitas. Além disso, as visitas podem ser feitas em um momento em que o inseto não vai estar presente. Enquanto a armadilha estará no campo constantemente, fornecendo informações assim que o inseto chegar”, conta.
Outra vantagem do sistema em relação ao método de monitoramento atual é que ele facilita o controle localizado e precoce das pragas, reduzindo de uma semana para menos de uma hora a confirmação da presença da praga no campo.
“Normalmente as pragas começam em uma determinada área e depois se dispersam. Na medida em que você consegue detectar essa colonização inicial, você consegue controlar precocemente a população da praga, sem gastar mais tendo que pulverizar a área toda e sem ter nenhum prejuízo decorrente do ataque”, detalha o pesquisador. Profa. Me. Priscila da Silva Neves Lima