Um dos grandes desafios da produção agropecuária atual é produzir cada vez mais, porém sem comprometer o meio ambiente. Para isso, alguns aspectos importantes na produção da carne bovina devem ser considerados, tais como a busca pelo bem-estar animal, a conservação do solo e da água, a mitigação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs) e o sequestro de carbono.
Para superar esses desafios, a Embrapa desenvolveu o conceito “Carne Carbono Neutro”, que é representado por um selo alusivo à produção de bovinos de corte sob sistemas de integração, com a introdução obrigatória do componente arbóreo como diferencial
A Carne Carbono Neutro (CCN) é uma marca-conceito desenvolvida exclusivamente pela Embrapa, sendo por isso uma marca comercial embasada em pesquisas científicas da instituição. Segundo a Embrapa, o conceito de Carne Carbono Neutro (CCN) visa atestar a carne bovina produzida em sistemas específicos de integração, por meio de uso de protocolos que possibilitam o processo de certificação.
Seu principal objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema. De acordo com a Marfrig, essa é uma carne cujo processo de produção possibilita a neutralização das emissões de CO2 emitidas na criação do gado, por meio da integração de árvores e pastagem.
Para atingir o objetivo de neutralizar as emissões de carbono causadas pelos animais, a tecnologia patenteada pela Embrapa prevê a mensuração do carbono emitido e a compensação desse valor pela fixação de carbono que as árvores permitem.
O cálculo de emissões é fixado em 56 kg, 66 kg ou 70 kg de metano (CH) por animal/ano, a depender do tipo de manejo pecuário empregado. Esses são números convencionados como um parâmetro confiável — é possível medir individualmente, mas, por ser um método trabalhoso e caro, só é empregado em pesquisas científicas que demandam um nível de precisão mais sofisticado.
Em relação às árvores, deve-se quantificar o carbono acumulado no fuste (tronco) delas, o que é possível mediante um inventário florestal da propriedade, que mapeará o crescimento real das árvores e seu potencial em fixação de carbono. Uma vez que se tem em mãos esses números, eles são convertidos em CO2 , e o resultado é comparado à emissão de gases dos bovinos.