De acordo com o site InfoMoney, a taxa de juro real próxima de zero no Brasil poderá trazer uma mudança inédita para as empresas brasileiras. Essa realidade abre espaço para que o mercado de capitais supere o mercado bancário para empresas nos próximos anos.
Pela primeira vez na história, existe a possibilidade real de o mercado de capitais brasileiro emergir como melhor opção para a composição de caixa e investimento pelas companhias. Ou seja, deixará de lado o tradicional crédito bancário, que sempre foi a primeira ou única alternativa.
Ainda de acordo com a matéria, algumas empresas já captaram quase R$ 8 bilhões na Bolsa em meio à pandemia. Apenas a Via Varejo fez uma oferta de R$ 4,4 bilhões. Isso significa que os investidores estão se habituando a novas opções de investimento e o atual nível de taxa de juro promete empurrar um contingente ainda maior de interessados na diversificação.
Além disso, espera-se que as empresas com dificuldades de acessar o crédito bancário sejam as próximas a adentrar o mercado de capitais. Uma mudança relevante para a economia brasileira.
Mas o que é Mercado de Capitais?
O mercado de capitais é um mecanismo de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de gerar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar o seu processo de capitalização.
Isso quer dizer que o objetivo é direcionar os recursos financeiros da sociedade (poupança) para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas, assim remunerando melhor o investidor e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país.
Como o Mercado de Capitais se estrutura?
Ações: são títulos emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. O investidor em ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando assim dos seus resultados, como a distribuição de lucros via dividendos.
As ações podem ser:
● ordinárias - o acionista tem direito de voto em assembleias
● preferenciais - o acionista recebe dividendos (percentual de participação nos resultados da empresa).
Debêntures: são títulos emitidos também por sociedades anônimas. Seus recursos são destinados principalmente para capital fixo das empresas e são remunerados em juros, participações nos lucros, etc. As debêntures são títulos de longo prazo.
Recentemente, no mês de maio, houve a emissão de debêntures no valor de R$800 milhões da empresa de logística Rumo. Esse movimento mudou o paradigma do mercado de crédito pós pandemia e desde então, grandes empresas abertas podem ser beneficiadas com prazos mais longos e taxas aceitáveis.
Com medidas conjuntas do Banco Central (liquidez) e da Comissão de Valores Mobiliários (regras), os bancos conseguem comprar emissões e, logo depois, recolocá-las no mercado secundário (parte do mercado de capitais dedicada à compra e venda de valores).
A projeção é de que em junho as operações de varejo alcancem R$4,2 bilhões e mais de R$1 bilhão em julho. Com essa perspectiva de crescimento, para o investidor, os títulos novos estão mais atrativos do que aquilo que já estava disponível no mercado secundário.
Commercial Papers: são notas promissórias de curto prazo, utilizados pelas empresas para financiar seu capital de giro.
Opções sobre ações: são direitos de compra e venda de ações negociados com preço (preço de exercício) e prazo (data de vencimento) preestabelecidos. Este mercado é utilizado pelos investidores como uma forma de proteger suas ações contra possíveis perdas devido ao sobe e desce da Bolsa de Valores.
No Mercado de Capitais, as possibilidades são ilimitadas, pois, quando o produto não existe, é possível criá-lo.