No fim do ano passado, houve uma previsão e projeção para a safra de 2022, por conta da expectativa climática que se apresentava muito favorável. Por isso, tanto a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimaram a mais nova safra recorde da história do agro brasileiro para o ano que se iniciava.
Nas projeções apresentadas em dezembro, a CNA estimou uma produção recorde de 289 milhões de toneladas. A Conab também divulgou um levantamento da safra nacional de grãos, indicando uma colheita um pouco maior: 291,1 milhões de toneladas. Se os dados da Conab estivessem certos, o crescimento seria de 15,1%, com 38,3 milhões de toneladas de grãos a mais, em comparação ao ciclo 2020/2021.
Já em maio, novas previsões e projeções foram apresentadas. O Brasil terá safra recorde de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2022: serão 261,5 milhões de toneladas, segundo projeção do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume é 2,2% superior ao alcançado no ano passado. O novo patamar esperado representa alta de 1% em relação ao projetado em março deste ano. Embora os números sejam positivos, pesquisadores destacam que os produtos sofreram com efeitos climáticos adversos que reduziram o potencial de produção. Entre eles, uma estiagem no Centro-Sul do país, amenizada em algumas lavouras pelo retorno das chuvas em janeiro.
O fenômeno terá impacto na soja. O IBGE projeta que a principal commodity do país terá uma colheita de 118,5 milhões de toneladas, um volume 12,2% menor que o alcançado em 2021. No Sul, área mais afetada pelos fatores climáticos, a redução do rendimento médio da soja é de 46,2% em relação ao ano passado.
Os três principais produtos, arroz, milho e soja, somam 92,2% da estimativa de produção e correspondem a 87,8% da área que deve ser colhida. Os destaques são os aumentos de 8,1% na área do milho e 10,4% na do algodão herbáceo, além de 4,2% no da soja. No entanto, o arroz perderá 2% das terras cultivadas, e de 2,9% na do trigo.
Assim, são esperados aumentos de produção de 27,5% para o milho, de 11,6% no algodão herbáceo em caroço e de 1,4% para o trigo, além de queda de 8,5% no arroz em casca. A estimativa de alta na produção nacional ocorre depois de a projeção subir em quatro regiões, em relação a 2021: Centro-Oeste (11,7%), Sudeste (11,4%), Nordeste (9,9%) e Norte (5,2%).
Houve queda apenas no Sul: 14,5%. Quando as projeções de abril são comparadas às de março, há alta em todas as cinco regiões: Sudeste (1,7%), Norte (1,5%), Sul (1%) e Centro-Oeste e Nordeste (0,8%).
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