A recuperação de pastagens degradadas é uma das alternativas tecnológicas que compõem os compromissos voluntários assumidos pelo Brasil na COP-15, realizada em Copenhague, e que preveem a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs), projetadas para 2020, entre 36,1% e 38,9%, estimando, assim, redução da ordem de 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente.
A recuperação de pastagens consiste na aplicação de práticas culturais e/ou agronômicas, visando o restabelecimento da cobertura do solo e do vigor das plantas forrageiras existentes na pastagem, ou seja, mantém-se a espécie forrageira. De forma geral, é o ato de aproveitar a estrutura existente na área. Neste cenário, alguns ganhos foram sendo percebidos.
Um estudo de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) apontou que a recuperação de pastagens degradadas no Brasil na última década contribuiu para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 0,31%, ou quase R$ 17 bilhões.
A recuperação também gerou contribuições socioeconômicas e ambientais, como altas da produtividade nas pecuárias de corte e de leite, mitigação da emissão de carbono na atmosfera e aumentos da renda do produtor rural, do consumo das famílias, dos empregos, dos salários e da arrecadação tributária.
Os dados podem ser um importante aliado dos pecuaristas brasileiros na tentativa de desfazer a imagem negativa perante a opinião pública do ponto de vista ambiental. Para o governo, podem orientar o estabelecimento de novas políticas.
Os resultados do estudo sobre as contribuições socioeconômicas e ambientais da recuperação de pastagens no Brasil podem servir de base para que as agroindústrias estimulem cada vez mais a adoção das técnicas sustentáveis pelos seus fornecedores diretos.
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